segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Aproveitando formatações

Às vezes, simplificar complica!
Enfim, a ela!

Um rombo em mim

você foge de mim há dias

eu te procuro e você está em

outro lugar

e quando eu menos espero,

tenho de te achar onde

onde menos espero,

veja só – você abriu um rombo em mim

não aja como se ligasse

E ESTOU FALANDO COM VOCÊ!

FIQUE QUIETA!

OLHE PARA MIM!

OLHE PARA MIM!

assim está melhor

não podemos continuar assim

não posso continuar assim

estou falando

e

enquanto isso

você se vai

sem, nem mesmo,

se despedir...

domingo, 3 de outubro de 2010

Voltando mais rápido

Do que quando deixei este lugar.

Diferente de qualquer outro dia

diferente de qualquer outro dia
sentei de frente para a máquina de escrever
um copo cheio e uma garrafa pela metade
vinho escorrendo da boca ao queixo

pensei nos dias que passaram
e nas pessoas que conheci,
nas pessoas que revi,
nas pessoas que encontrei,
nas pessoas que imaginei,
no resto que passou desapercebido
despercebido
e decidi não escrever

não é vergonha
vontade de esconder
o que acontece de dez às quatro
é preservar na memória
o que nenhum papel poderia abrigar
nenhuma tinta poderia representar
nem valeria a pena imaginar
para ter a ideia errada

do que valeu a pena acontecer

Eu poderia dizer que voltei

Mas seria mentira, pois nunca fui embora. Só estive jogado por aí em outro plano, ébrio.

Zumbido

Estive ouvindo um zumbido
No fundo do meu ouvido
Era agudo e comprido
O maldito zumbido

Acordei cansado
Garrafas por todo lado
Vômitos da noite passada
E o maldito zumbido

Poderiam ser marimbondos
Ou abelhas, estou supondo
E parou como um repentino estrondo
O tal maldito zumbido

E a insuportável luz do dia
Minava a minha alegria
E o zumbido que se repetia
Acho que era o fim da minha bateria