domingo, 24 de maio de 2009

E eu só acredito no que pode ser dito em três minutos...

Hora de fazer aquela nota mental - Assistir O Estrangeiro. Se eu não colocar aqui, eu devo acabar esquecendo. Mentira, mas é bom prevenir.
Revi Perfume de Mulher e, n(a/o) (sorte/azar), Gremlins. Dois filmes bons. Um deles é um pouco mais que bom, é um clássico, um puta filme. O outro é legalzinho, mas não deveria ser um filme "para crianças".
A pergunta que não quer calar - Didática ou artística? É foda a escolha. É como o Humba já mencionou:

"- O que você diria para toda a geração de leitores que está alimentando aquele velho sonho de montar uma banda de rock e se dar bem na vida?

Se o lance for grana, tentem publicidade. Se for mulher, tentem medicina. Se for álcool e drogas, tentem ser roadies... Se for inevitável, toquem até criar calo."

Admirei essa resposta. Me parece que o sonho é cada vez mais inevitável.
Agora deixarei A Carta. Talvez faça modificações.
Beijos, amores.

A Carta

Nas páginas em branco do que será um livro
Vivo cada instante nas palavras mais banais
Nos quadros, paisagens de um cenário chavão
Num alazão uma amazona correndo ao mês de maio

Atrás das aléias flóridas
De Bois de Bologne

Eu não consigo te dizer pra voltar
Eu não consigo te dizer pra voltar atrás
Me parecem as palavras parecidas
E não me parece que vão me servir
Tão bem

Os copos de aguardente, tão quente
Tão fortes, me fazem esquecer da solidão
A prisão, a febre, a peste nada são
Nessa cidade tão feia, há a paz que

Atrás das cordas de grafite está
O que não consigo expressar

Atrás da conjunção perfeita "e", "depois"
"Depois", "em seguida", já não sei o que escolher

E eu não consigo te dizer pra voltar
Não consigo te dizer pra voltar atrás
Me parecem as palavras tão parecidas
Tão parecidas, não parecem escrever
O que eu penso

terça-feira, 19 de maio de 2009

Entre as sombras e as sobras da nossa escassez...

Cara, tomar jeito é algo extremamente importante. Eu bem estou tomando jeito: arrumei uma garota que me faz bem, larguei vícios que me faziam mal, agora só falta tomar jeito e me dedicar ao que preciso concluir.
Só um detalhe que bem acabei de perceber - importante é bem parecido com impotente, impressionante!
Enfim, queria expor aqui algo novo, meu. Título em aberto, ainda, mas é bem isso mesmo.
E, logo mais, uma obra do Engenheiros, a Tribos e Tribunais.
Beijos, abraços, coçadinhas na bunda.

Lápide

Nas sombras da rocha
Que cobre o que já fui um dia
Leio as lembranças já esquecidas

Aqui jaz o Sol
Aqui jaz um só
Aqui jaz o imaculado

Sou um túmulo em carne e osso
Da pedra lascada à pedra polida
Tattoos de palavras repetidas

Aqui jaz a criança revoltada
Aqui jaz um jovem revolucionário
Aqui jaz quem já foi

Vivemos e morremos em instantes tão serenos
Mal percebemos o luto do momento
Sentimos falta do que fomos
Há um segundo atrás

Aqui jaz o velho preocupante
Aqui jaz o sábio preocupado
Aqui jaz o caduco que educa novas gerações

Aqui jaz um personagem marcante
Aqui jaz quem nem lembro
Aqui jaz quem fui

Vivemos e morremos em instantes pequenos
Nem percebemos, enterramos o momento
Hesitamos em mudar o que fomos
Nesse segundo que aos poucos se desfaz

_______________________________________________

Tribos e Tribunais

Todo dia a gente inventa uma alegria
A gente esquenta a água fria
E ignora a bola fora

Toda hora a gente dá um desconto
A gente faz de conta
Mas chega a um ponto em que ninguém mais quer saber

Crimes passionais
Profissionais liberais demais
Segredos de estado
Centro-avante recuado

Isso me sugere muita sujeira
Isso não me cheira nada bem
Tem muita gente se queimando na fogueira
E muito pouca gente se dando muito bem

Agente secreto
Agente imobiliário
Gente como a gente
Presidente e operário

Empresas estatais
Estátuas de generais
Heróis de guerra
Guerra pela paz

Hindus industriais
Tribos e tribunais
Pessoas que nunca aparecem
Ou aparecem demais

Isso me sugere muita sujeira
Isso não me cheira nada bem
Tem muita gente se queimando na fogueira
E muito pouca gente se dando muito bem

Críticos da arte
Arte pela arte
Pink Floyd sem Roger Waters - Welcome To The Machine
Formas sem função

Fascistas de direita
Fascistas de esquerda
Empresas sem fins lucrativos
Empresas que lucram demais

E todo dia a gente inventa e fantasia
A gente tenta todo dia
Feitos cegos
Egos em agonia

Isso me sugere muita sujeira
Isso não me cheira nada bem
Isso me sugere muita sujeira
Isso não me cheira nada bem
Isso me sugere muita sujeira
Isso não me cheira nada bem, não, não
Todo dia, todo dia

quinta-feira, 7 de maio de 2009

"Se tudo passa...

...Talvez você passe por aqui." Será que passa?
Cara, eu não sabia, mas algo me diz que eu sou inteligente. Não sei, eu diria que eu estou abrindo a mente, isso é algo bom.
Enfim, mudança de ares, mudança de pessoas, mudança de hábitos... Isso tem feito um bem e tanto.
Agora escrevi aquele poema Lado B, niilista e com aquele gostinho de provocação.
Quem sabe eu não escrevi bem, dessa vez?

Longe Demais

Belas Arquiteturas não revelam a beleza dos arquétipos forjados
Pelos que vivem em suas casas atrás do dia-a-dia
Eu piso pronto para derrapar em um deslize
Provocado pela economia lá do alto

Eu penso que o peso que carrego é tão grande
Meus votos tão volúveis evoluem para dúvidas, em vão
Dizem que Deus está tão perto, mas ele é tão distante

As frágeis estruturas edificam a falhas da educação
Aos que morrem vivendo o dia-a-dia
Eu piso pronto para me afundar em areia movediça
De um povo cuja falha carece explicação

Eu penso que o peso que carrego é tão grande
Meus votos tão volúveis evoluem para dúvidas, em vão
Dizem que Deus está tão perto, mas ele é tão distante
Longe demais do que está por vir

Eu penso que o peso que carrego é tão grande
Meus votos tão volúveis evoluem para dúvidas, em vão
Deus está tão perto, mas ele é tão distante
Longe demais de qualquer lugar
Perto daqui

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Estamos longe demais das capitais...

Tá foda. Muita coisa boa, sim, mas tô confuso pra cacete.
13 dias. Estou sem fumar há 13 dias. Praticamente uma revolução.
Quem quero quis que a quisesse, mas não quis me querer.
Foda, não?
Enfim, algo ainda bem incompleto, mas vem vindo.

Sem título

Um segundo, segredo
Um enredo: no escuro, a estória de um moribundo
Que tentara atravessar a rua
Foi deixada pra lá

Quando não há estrelas, só a luz da rua
Quando o seu olhar se esconde atrás da lua
Você tenta atravessar pro outro lado
Mas no meio do caminho há dois faróis

Um momento, vem cá
Deixa pra lá, não importa
A porta bateu, foi o vento
Gargalhando, desleixado, da vida que acabou de acabar

Quando não há respostas, só há a respiração
Quando a dúvida duvida que existe em vão
E confuso, sem respeito, o ar sai de seu peito
Pra ver a vida vagar

Muito a se trabalhar, mas beleza.
Beijos.

Ps. A pergunta fica.