domingo, 29 de junho de 2008

Trabaaaaaalha, porra!

Estudar dá um trabalho, hein.. E, antes de mais nada, feliz aniversário, Débora!! Tudo de bom pra vc! Te quero bem!
Quero estudar mais um pouco pra minhas duas/três próximas provas. Espero que hajam três.
Escrevi algo novo, também. Espero que esteja bom.

Fazenda De Formigas

Paredes de vidro, gaiolas de circo
Reality show que grava nossos banhos

Mais um rebanho, cabeça de gado
Se distraindo nas filas do banco

Como fazendas de formigas
Com um menino espectador
Como formigas

Andamos na linha, pois a estrada é estreita
Perfeita caminhada à lugar algum

Andamos em bando, pois não há lugar algum
Em que possamos ser nós mesmos

Pois nas fazendas de formigas
Eles nos vêem trabalhar
E pesquisam a nossa vida
Depois vêm nos dissecar
Como formigas

Temos alma, temos sangue
Temos uma vida inteira pra usar
em vão

Como formigas na fazenda
Como formigas na merenda
De um menino espectador
Andamos em fila até a hora de morrer

domingo, 8 de junho de 2008

Momento Revolta

Agora sinto um medo infantil, mas na hora certa afundaremos o navio.

Tem algo de errado comigo. Sempre teve, mas agora eu tenho certeza. Sinto uma certa pressão que eu não posso aliviar em ninguém e isso é foda. Conseqüências e repercussões enormes e responsabilidade em dimensões assustadoras. Juro que estou com medo. Não sei se estou pronto pra ser Peter Parker.

Não pensei que me envolveria com algo assim.
Boa sorte pra mim.
Melhor: boa sorte para nós.

Duas coisas que escrevi e que nem acho que ficaram boas.

Hipocrisia

Reza uma prece na pressa e se acha um devoto
Condena uma maioria com a minoria dos votos
Leva uma vida de lavagens cerebrais
E nunca pensou em se lavar

Limpar o sangue que não está em suas mãos
Pois encontra prazer no sofrer de outrem
Está cego e se recusa a ver
Que a visão vai mais além

Trafica idéias que não são suas
Estupra o que não é sua cultura
Mata sem saber que morre por dentro
É detento de uma prisão que decidiu criar

Hipocondria e por isso hipocrisia
Quase um doente mental
Hipocondria e por isso hipocrisia
Hipócrita
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Cegueira

Minha visão está embaçada, acho que vai chover
Já não posso ver a estrela que nos guia
A apatia que o ser cria é desculpa pra não agir
Desculpa por partir, mas eu já perdi o trem das onze

Quantas vezes eu mostrei que me interesso?
Só te peço que esteja ao meu lado, não me deixe
Sou desses inseguros que têm medo de altura
Vai que o balão fura e o tombo me machuca

Queria ver a estrela que mostra a direção,
Que me diz onde eu acho a origem, o centro
Bateu o vento e minhas folhas voaram
Mas minhas raízes me impedem de voar

Perdi minhas folhas com as contas pela metade
Tá meio tarde já nem vejo mais quem sou eu
Perdi a minha conta e não sei onde parei
Tá meio tarde e escureceu

Eu não tenho medo de escuro
Mas me ajuda: só quero enxergar
É meio infantil, mas te asseguro
Que eu só quero encontrar o meu lugar

Eu não tenho esse medo do escuro
Perdi minha conta em qualquer lugar
Um, dois, três, cinco, meia
Mais meia hora e a luz vai voltar

segunda-feira, 2 de junho de 2008

Talvez seja a consciência pesada...

Talvez seja o sangue judeu. Talvez seja Alice In Chains tocando demais no meu Media Player.
Quem sabe?

Às vezes penso se não é essa sociedade que cria pequenos indivíduos perfeccionistas e depressivos, mas logo lembro que este sou apenas eu. Vejo que sou metade do homem que já fui um dia e o que eu sinto é a manhã que disaparece entre o cinza de uma fotografia do que ela já foi.
Nem essa idéia foi original, haha.

Mas escrevi algo novo. Algo que é claramente meu, mas não me orgulho desse "claramente meu".
Não me envergonho dele, também. Só acho que poderia escrever algo mais alegrezinho e menos revoltado.

Culpa

Só procurei um meio de calar a boca da minha consciência
Nem ela tem o direito de martelar sentenças e julgamentos

Justiça muda de uma mente embriagada não é ouvida
Nem considerada seria se eu tivesse opção

Doses letais do que me faria esquecer
"Derrama, Senhor" e me livra dos pecados
Essa culpa já me aflige há tempos

Só procurei calar minha boca e pensar pela segunda vez
De primeira a gente erra e julga rápido demais

Justiça muda e mente quando embriagada
E os ouvidos nem consideram opções

Esquecem injeções letais no armário
"Derrama, Senhor" e a glória lhe será paga
E essa culpa já me aflige

Há tempos carregamos as nossas cruzes
E o peso só aumenta com o Tempo

E só o tempo passa
Mas a culpa passará
Só o tempo passa
E a cura chegará?