segunda-feira, 28 de abril de 2008

O que só nós dois sabemos já não é mais segredo!

Preciso beber qualquer coisa, você sabe que eu preciso...

Estou desanimado com tanto, animado com poucas coisas, mas, sem dúvidas, mais velho!!

Trilha

És vazia a mente que se mistura com o ar
Isso tudo é coisa da gente
Se dê um tempo pra pensar

Não adianta fazer maratona no deserto
Quando não há ninguém por perto
Não é nada esperto
Se deixar abater pelo sol que castiga
A vida e abriga a visão e o caminho
Da trilha

Estou cego, pois há pouca luz
E a claridade não se faz
Presente

És tão cego, pois há tanta luz
E a claridade ofusca meus olhos
Que se fazem ausentes

Não adianta seguir em frente
E de repente perceber
Que muito ficou pra trás
Não adianta atropelar barreiras
Ultrapassar fronteiras
Se a corrida não satisfaz
Tanto ficou pra trás
Na velha trilha

Um thriller, esse não saber o que fazer
Há milhas eu perdi a capacidade de saber
A vontade de entender, a vontade de vencer

Não adianta fazer maratona no deserto
Quando não há ninguém por perto
Não é nada esperto
Não adianta seguir em frente
E de repente perceber
Que muito ficou pra trás
Na nossa antiga trilha

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Ser ou não ser:

Furar olho ou não furar? Eis a questão...

Um Final De Semana

Já caio no tédio de um clima surreal
De sete domingos por semana
Vida de cama pro bar, do bar direto pra cama
Já não me é mais tão legal

Eu não escrevo as palavras que dizia
Eu dizia tantas coisas e não há o que escrever
Não há o que dizer
Não há o que viver

Toda noite é sábado e
Todo dia é domingo de manhã
Acordo acabado, de tarde me recupero
Pra de noite voltar à ação
Toda noite é sábado

Já caio no tédio de um clima tão morto
De sete missas por manhã
Vida de bar em bar, da mesa direto pro chão
Já deixa de ser normal

Eu não escrevo as palavras que dizia
Eu dizia tantas coisas e não há o que escrever
Eu já não vivo os poemas que eu fazia
Eu fazia poemas e agora não vivo

Toda noite é sábado e
Todo dia é domingo de manhã
Acordo acabado, de tarde me recupero
Pra de noite voltar à ação

Toda noite é sábado e
Todo dia me parece igual
É porre em cima de porre
Com uísque nacional

Eu não escrevo as palavras que dizia
Eu dizia tantas coisas e não há o que escrever
Eu já não vivo os poemas que eu fazia
Eu fazia poemas e agora não vivo
Mas o sábado de manhã mais o sábado amanhã
Já não me parecem mais o final de semana
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Planos

Venda sua venda, muita gente pagaria
Pra não ver o nascer de um novo dia
E não testemunhar a covardia do mundo

Me alvejaram com alvejante
Limparam minha humanidade
Desinfetaram emoções
Ando brincando com a verdade

Que seria a linha tênue
Entre o certo e o que a gente faz
Muita gente só percebe que erra
Quando para e olha pra trás
Os erros ficam claros
Quando deixam de ser planos

Venda sua alma, muita gente compraria
Almas vazias pra quitar os débitos
Com o Diabo, Deus e o mundo

Triste é quando
A banda abandona o dono
Como quando a música passa
E a paixão dá lugar ao sono

A verdade é que todos sabem
Distinguir o certo do errado
Muitas vezes, muita gente nem liga
E deixa os erros de lado
São esses erros que ficam claros
Escondidos em segundo plano

sábado, 19 de abril de 2008

Entre a loucura e a lucidez.

Eu meio que me sinto um estrangeiro, sabe?
Um passageiro de algum trem que não passa por aqui, saca?
Meio que não passa de ilusão...

Tô sem escrever porra nenhuma faz um tempo, então essa merda nova aqui deve estar uma merda, mesmo...
Mas vou postar, até por ser uma grande HOMENAGEM aos Engenheiros do Hawaii
Aqui, então, vai a minha viola

Minha Viola

Entre um rosto e um retrato
Entre o real e o abstrato
Um plágio tão original
Uma citação tão genial

E eu me sinto um engenheiro
Construindo algum trem
Que passou pelo Havaí
Que passou da ilusão

Minha vida toda eu tentei
Dizer o que não sei
A minha vida foi bebida
Cartas e o som que já tirei
Da viola e da garganta
Antagonistas das minhas notas
Vivo o som da minha viola
Olha só como é que é

Minha vida toda foi só minha
Enquanto os outros não usavam
Minha vida era tão sozinha
Enquanto ainda não voava
Na garupa das minhas cordas
Coragem pra decolar, meu bem
Vivo o som da minha viola
Olha o sol como é que é

Na garupa das minhas cordas
Antagonistas das minhas notas
Vivo o som da minha viola
E o sol olha pra ver como é
Brilhar

Na garupa da minha moto "zero dez"
Recordista das minhas notas baixas
Vivo o som da minha viola
Vivo o som da minha viola

quinta-feira, 3 de abril de 2008

Cento e dez...

Cento e vinte; Cento e sessenta. Só pra ver até quando o motor aguenta.

Eu tava bem mais calmo. Tão bem mais calmo que estava quase sem paixão nenhuma, tava sem inspiração nenhuma, tava a Cem e só isso.
Quero acelerar um pouco.

Razão
Postos à prova dia após dia
À prova de balas, mas não de agonia
Ponteiros no doze, bossa nova ao luar

O início de uma nova manhã nos traz
Eu vou à igreja, peco, rezo e tudo mais
Entardece a melodia de uma ferida ao cicatrizar

A cruz de Cristo leva um terço como hino
Mais um canino e eu fico com trinta e três
Dentes, ossos, carne do antigo messias
Vale tudo: quem coleciona, tem

Mas se um dia Deus me olhar de lá de cima
Verá que eu, há dias, já tenho razão
E quem adia a razão só reanima
Os esqueletos do armário da Ilusão

Religião, há tempos, anda assassina
Matou três quartos de um mundo na Inquisição
Se Deus ordenou que fosse feita uma chacina
Eu me converto: viro morto ou pagão

E se esse Deus me olhar torto lá de cima
Verá que, há anos, só vejo decepção
Falsos devotos pagam o metrô de ida, para os céus
Para que a vida tenha tido uma razão
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Maquiagem
Sabe que eu nunca vi um deserto tão populoso
Tanta gente junta, tão pouca gente de mãos dadas

Uma selva de concreto com um abstrato tão perigoso
E, olha, nossas casas hoje viraram essas jaulas

Pintam as ruas com o sangue da nossa cara
Pintam as caras, dia a dia, para ir pra guerra
Pintam faixas, pixam muros tão seguros
De que isso vai mudar alguma coisa nessa nossa terra

Sabe que me assusta as nuvens estarem tão longe do chão
Arranham tantos céus que um dia os céus arranhariam essa ilusão

Uma selva de concreto com um abstrato que nos abriga
E essa briga já não é nossa, mas ela já está em nossa vida

Pintam as ruas com o sangue da nossa cara
Pintam as caras, dia a dia, para ir pra guerra
Pintam faixas, pixam muros tão seguros
De que isso vai mudar alguma coisa nessa nossa terra

Tatuagens em nossos corpos, nossos rostos têm maquiagem
E a viagem é que pra sair de casa
Precisamos nos cobrir com esse algo que nos disfarça

Pintam as ruas com o sangue da nossa cara
Pintam as caras, dia a dia, para ir pra guerra
Pintam faixas, pixam muros tão seguros
De que isso vai mudar alguma coisa nessa nossa terra
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A Verdadeira Guerra Dos Mundos
Confuso, Confúcio confuso
Muito se sabe sobre a arte da guerra
Obtuso, caindo em desuso
É que nada se sabe sobre a arte da Terra

Só que são os dois lados da mesma moeda
Se dá a cara a tapa e a coroa se entrega
Dos espólios da batalha, nasce outra guerra
E de todos nós, Otários, não é Deus que se ferra

Morre um agora, morre um depois
E propina é um jogo que se joga a dois
Se tem um que compra, tem um que vende
Tem bandido dos dois lados se é que você me entende

Confuso, Confúcio confuso
Muito se sabe sobre a arte da guerra
Obtuso, caindo em desuso
É que nada se sabe sobre a arte da Terra

Somos dois lados e meio de meio jantar pra dois
Os que comem, os da fome e o comido feito arroz
Se não há nada pra comer, enche a barriga de bala
Trinta e oito, tamarindo: se não lutar, vai pra vala

Morre um agora, morre um mais tarde
E propina é um jogo que se joga com covarde
Sempre tem um pra comprar e tem um pra vender
Tem bandido dos dois lados e no meio está você